sábado, janeiro 09, 2010

Mantendo esse clima de auto-descrição, escrevi um about-me pro orkut, que achei de tamanha deselegância que creio ser merecedor de ocupar espaço nesse humilde e pedante (?) blog.




Eu nunca fui uma pessoa de grandes aspirações. Todos os meus maiores méritos vieram por acaso, a partir de um fragmento de substância nociva e baritonamente compulsória. Grave. Aliás, o meu rolo compressor vital é de frequência compulsória e frenéticamente ativa.

Aliás. Acho sexy o uso de tal palavra.

Eu sempre fui uma pessoa de grandes aspirações. Nasci querendo ser a rainha da inglaterra, ser a bailarina que foi à lua, ser a rainha bailarina que foi à lua em cima de um jet ski pilotado por pôneis. Eu gosto de rainhas.

O meu problema é a mesmice. Não que eu deseje uma aventurosa odisséia perpetuada por espécies desgrenhadas-desgrudadas, mas veja bem, há gerações estamos sendo carcomidos por grandes monstros oníivoros oniscientes perfeitamente dentro de suas faculdades mentais, e eu simplesmente me reestruturo dentro de uma fagulha, micro fagulha microscópica espacial, de tempos em tempos transfigurada em mim. E eu me canso de estar nesse moto-perpétuo, nesse clímax catártico. Não queremos catarse. Queremos desdobramentos, e eles estão cada vez mais esparsos.

Por que alguém ainda vê um potencial bélico pseudo-revolucionário numa repetição de padrão? Pensem. Nos anos 20, eles eram muito mais ousados que nós. Nós só jogamos merda no ventilador.

Eu não sou uma pessoa de poucas aspirações. Minha mente se processa a 10 anos-luz por segundo e eu não acompanho os meus próprios quereres. Nasci classemédia mimada por uma sociedade sociopata sociopolítica que pediu minha cabeça a prêmio quando ainda era jovem demais para entender os sistemas de ensino. Entenda. A culpa nao é minha. Acho que a culpa é sua. Sou isenta de toda a culpa, ou toda a ignorância, ou toda a ignomínia, ou todo o desalento desacalentado que me cerca.

Eu sou uma junção de mecanismos de defesa pára-freud-reichianos desgraçados assexuados nessa massa pseudoencefálica destruída pelo azar. Eu digo AZAR de ter nascido nesse país, nesse estado, nessa desgraça-(g) raça dessa humanidade fétida.

Longa vida às vacas!!!!