Acho que começo a entrar na idade em que aniversários são deprimentes. Hoje acordei com um desânimo um pouco mais acentuado que o desânimo cotidiano, aí meus pais estavam lá me esperando com um bolo e felicitações. Sorri, os abracei, e saí para trabalhar. E até agora sinto um certo vazio, como uma falta. Um ano a menos. 21 anos. Parece pouco. Parece muito. É tudo uma questão de ponto de vista. Ápice biológico. A partir daí, começo a envelhecer exponencialmente. Um dos meus temores. Enfim.

Hoje eu acordei e decidi não me preocupar mais tanto com isso. Minha mãe desejou "muitos, muitos anos de vida", eu perguntei a ela se deveria agradecer. Não sei se agradeço. Não sei se é bom. Não sei de muita coisa a respeito de mim ou do mundo. Whatever.

Hoje é feriado no Brasil inteiro. No Brasil intei... no Bra... menos aqui. Plena quinta-feira santa e eu tendo que acordar às 7 horas da manhã pra trabalhar, ah, eu sou extremamente folgada e preguiçosa e acordei com a pior disposição possível para um ser humano. E para completar, esqueço minha carteira de cigarro em casa, chego aqui e minha chefe foi viajar e não me deixou nada para fazer e eu me deparo com uma manhã inteira de ócio chato. O que seria ótimo, se eu estivesse disposta, porque assim eu leria, estudaria, ficaria roendo unhas ou rindo e olhando para o teto. Mas estou tão enfadada que queria algo automático para preencher as horas. Aí se pensa "mas o ser humano nunca está satisfeito mesmo, se ela tivesse o que fazer estaria reclamando igual". É, pode ser. Tanto faz.

Amanhã é feriado, sábado estréia Scarrol. Isso, vou aproveitar para fazer a divulgação. Eu sei que ninguém lê isso daqui, mas se porventura alguém que estiver na área ler, apareça lá, eu garanto a qualidade da peça.

Scarrol - Da trilogia da duquesa à queda da rainha

Teatro - teatro performático - Adulto - 60 minutos

Alice mergulha em um mundo fantástico e nada comum, onde perde a essência, a identidade e a noção de tempo. Usando como referência o conhecido texto de Lewis Carrol, o grupo Heliogábalus faz da viagem de sua Alice uma oportunidade para rever culturas e valores.

22/03/2008 - 15:00 -

Casa Vermelha - Largo da Ordem

23/03/2008 - 18:00 -

Casa Vermelha - Largo da Ordem

26/03/2008 - 21:00 -

Casa Vermelha - Largo da Ordem

28/03/2008 - 12:00 -

Casa Vermelha - Largo da Ordem


Eu juro que a peça é muito melhor que a sinopse dela.

Eu nunca entendi pessoas que mantém a sua opinião e seu ponto de vista para sempre. Eu, como pessoa contraditória que sou, não visualizo uma postura eterna e imutável. Sou uma oscilação constante. Digo verdades absolutas que duram não mais do que algumas horas. Muito dificilmente eu me mantenho em algo por muito tempo. E isso se aplica à sentimentos também. Essa maleabilidade me causa desconfortos e problemas constantes, mas eu de fato me sinto melhor assim (não, não vou citar nenhum velho clichê).

O caso é que estou voando. Mas estou me focando, pela primeira vez em minha vida, creio eu. Alguns objetivos, uma pontinha de esperança, uns milímetros de amor à atividades cotidianas e pronto: você já sente vontade de continuar viva, nem que seja por curiosidade. Melhor assim. O problema é me perceber otimista demais, qualquer queda será bem mais dolorida.