segunda-feira, maio 25, 2009

Querido blog,

Se faz chuvosa esta segunda-feira na cidade sorriso. A visão é embaçada, o tempo não define-se em estar ou não. Assim como as caricaturas em sépia que me perseguem há tantos anos, sem se queixar ou elogiar. Eu acordo como todas as manhãs e repito meu ritual matinal de sobrevivência, com o desestímulo recorrente às segundas-feiras chuvosas e indefinidas. Que não muda muito nas terças-feiras ensolaradas, ou nas quartas nubladas, nas quintas encobertas de nuvens... Mas hoje há um estímulo diferente: existe forte e decidida a perspectiva de inovação. Acontece que prendi-me à rotinas que fogem de minha personalidade nômade por tempo demais, e agora chego à conclusão exata de que as maiores e talvez únicas alegrias da vida estão nos detalhes. E aí começo uma contagem regressiva que não diz respeito à outras pessoas, ao lugar onde trabalho, ou a meus colegas, ou com quem convivo, mas diz respeito única e simplesmente à mim, que ainda não aprendi a administrar uma série de pormenores internos recorrentes de inconsequências pessoais. Não no pior sentido, refiro-me àquelas inconsequências que não deixam cair no marasmo... talvez não seja esse o termo correto agora, mas nessa altura dos acontecimentos já não faz tanta diferença, desde que se subverta essa relação tempo-espaço-humanidade-vida. O ser humano sempre precisa tanto de estabilidade, sendo que a solução paratodososproblemasdomundo está em andar na corda-bamba.

Semana que vem eu recomeço. Serei mais um “jobless” nesse mundo de meudeus, mas com a certeza absoluta de que não estou inerte, o mundo se move tão rapidamente que sequer podemos notar, não faz o mínimo sentido estancar nessa roda-viva.


Clarissa Oliveira

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